Review: Magico – A aposta que não deu certo

No começo de 2011, a Shonen Jump estava passando por uma fase díficil. Havia a urgência por um mangá que pudesse durar na revista, que fizesse diferente dos que estrearam nesse ano e que conseguisse não ser cancelado. Enigma fora o único que conseguiu se safar, mesmo que tenha sido cancelado 1 ano mais tarde, porém, na edição #11 de 2011 estrou uma proposta de lançarem 4 novas séries na revista, entre eles nasceu um mangá que tinha de tudo para ser mais um novo hit da revista. O nome desse mangá é Magico.

Sinopse

Reza a lenda, de que a cada 500 anos, uma garota nasce com um poder mágico amaldiçoador. O nome disso é Echidna. Para o poder de Echidna ser forte o suficiente, levam-se 16 anos para ele poder crescer no corpo da garota escolhida. Assim que os 16 anos são completados, dizem que se você rasgar o coração da tal garota, você obterá um poder tão forte que é capaz de destruir o mundo inteiro!
O mangá começa apresentando Emma, uma garota do interior que por uma razão desconhecida foi criada sozinha e isolada do mundo por 15 anos, porém, agora que completara 16 anos, ela conseguiu sair do lugar onde fora criada e se encontra perdida na cidade grande, mais especificamente na cidade Olho da Águia.

Por culpa de sua beleza e sua pureza, muitos homens se apaixonaram perdidamente por ela, assim que acabara de chegar na cidade. Incrivelmente, o rei da cidade também se apaixonou por Emma e agora ela se encontra se casando com ele! Felizmente, o casamento é interrompido por um dragão usando óculos, e de dentro da boca dele sai um garoto chamado Shion, que invadira o castelo com o intuito de buscar Emma.

Shion leva ela para dentro da barriga do dragão, que com o uso de magia, se transforma em uma casa. Lá, ele revela ser um dos 3 sábios do Oeste, um dos grupos de magos mais poderosos que existem e de que *TAN TAN TAN*, Emma é a Echidna (como se fosse díficil de deduzir). Mais detalhes sobre essa magia são revelados e de quão poderosa ela é. Aliás, a partir de agora, o mundo ia descobrir a fonte de tal poder e quem é a portadora dessa magia, nisso eles começariam a procurar por ela, em busca de tal poder.

Porém, há um jeito de dizimar esse poder de dentro de Emma, é fazendo uma série de rituais conhecido como Magico. O primeiro desses rituais requer que os dois jovens precisam se casar! O que parece uma loucura pra eles, já que ambos possuem somente 16 anos!

Depois de uma série de problemas com o despertar de Echidna em Emma, Shion promete fazer dela, a garota mais feliz do mundo todo, o que finalmente resulta no casamento entre os dois jovens.

A breve popularidade da série e sua decaída

Magico tinha de tudo para ser uma série hit na Shonen Jump. Os seus personagens bem caricatos, mundo aberto e plot com muita expansão para ser usado e também, muita porradaria. Por um breve tempo, a série se manteu popular, conseguindo color pages em comemoração à popularidade e até um capítulo especial de 50 páginas na revista. Porém, após tal feito, surgiu algo que decairia a série até os tempos atuais.

Após o arco que teve início nesse capítulo especial (que durou 2 capítulos apenas), o autor com a sensação de fama resolveu inserir um novo arco ligado com o anterior, como se fosse apenas jogado na história. Ele apenas colocou um plot que envolvesse lutas e mais lutas sem sentido, sem nenhum aprofundamento nos novos personagens. Logo, a série começou a decair nos rankings e o autor viu o que ele tinha feito na série não era bom, daí ele conseguiu encerrar o arco da maneira mais rápida póssivel, a fim de se livrar de tal peso morto que lhe proporcionou desgosto à popularidade.

Não que isso tenha sido ruim, a propósito, se analisarmos de um lado, até que foi divertido ver esses elementos de luta em um shonen, porém faltou o elemento crucial, o de adicionar história aos personagens. O que não sabiamos é que mesmo com isso, a série conseguiu se firmar na revista, excluindo a possibilidade de cancelamento que todo mundo comentava. Logo após isso, seria introduzido um novo arco no mangá, mais elaborado e o mais longo, chegando a ter metade do mangá.

A série conseguiu se arrastar pela revista até junho de 2012, totalizando mais de 1 ano. Infelizmente, depois de tantos altos e baixos, o mangá fora cancelado, no qual o mangá já correu esse risco várias vezes. Mesmo depois de recentemente ter sido comemorarado seu 1ª ano de serialização e ter sido lançado o seu concurso de popularidade, o mangá se encerrou com 64 capítulos (e mais um especial que sairá na Jump NEXT) e totalizando 8 volumes encadernados.

Azar da Jump, porque acabou de perder o seu único candidato a ser o próximo a ganhar anime , pois o único mangá a seguir é Kurogane, porém tal mangá não é popular o suficiente e também corre o risco de ser cancelado, somente restando a chance para Nisekoi.

Análise Geral

Magico é um mangá divertido de se ler. Se você é um fã de RPGs, com certeza gostará da série, deixando de lado apenas pelo humor bobo dos personagens Shion e Emma, que constantemente ficam envergonhados de demonstrarem afeto como casados. O mangá também apresenta vários conceitos novos e muito bem utilizados, como os rituais de magia.
Para se conseguir usar uma magia, deve-se fazer rituais de vários modos e maneiras, para então poder ser capaz de dominá-lo. Ao longo do mangá, vários rituais são mostrados ou citados, dinamizando bem a criatividade do autor.

Outro ponto forte do mangá são as lutas. O autor consegue passar muito bem o foco dos confrontos dos personagens, além de que, cada um deles usar metódos ou armas bem originais, tudo vindo da mente do Naoki Iwamoto. Personagens que lutam com armas que só são ativados por xingamentos, magias que são mais poderosas quanto mais jogos de palavras são adicionados e poderes relacionados à materias escolares. Criatividade é o que não falta em Magico.

Como tudo não são flores, Magico peca no exagero de timidez dos personagens principais, o que faz o leitor ficar com muita raiva no decorrer dos capítulos. Além de que, o fato deles serem muito “inocentes”, o que também os japoneses são na verdade, acaba arruinando o romance do mangá, o tornando bobo e com comédias forçadas. Qualquer um que começar a ler, pode até se perder de vez em quando no traço do autor, mas com o passar dos capítulos, ele começa a melhorar, sendo no design dos personagens ou cenas de ação.

Conclusão

Recomendo Magico para aqueles que querem ver um battle shonen bem fantasioso e com leves toques de comédia. Como já disse, é um mangá com um roteiro bem expansivo para um shonen e o mesmo tinha um potencial bem grande para ser implementado futuramente, por isso, não vão ler esperando algo denso e com muito conteúdo, pois afinal se trata de um shonen com um clichê na demanda. Original e divertido, são palavras que caracterizo esse mangá chamado Magico.

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Esse post faz parte do evento da blogosfera de mangás animes, chamada Jump Weekend. Em comemoração ao aniversário de 44 anos da revista Shonen Jump, o evento se dará do dia 30 de Junho à 2 de Julho, com reviews e tudo relacionado à essa grande antologia de mangás. Confira abaixo a lista com os blogs participantes e seus respectivos posts:

20 comentários em “Review: Magico – A aposta que não deu certo

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